Cotação do algodão atinge menor nível real em 16 anos
Comportamento atual do mercado também evidencia a necessidade de estratégias
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O preço médio do algodão em pluma no Brasil caiu em outubro para o menor patamar real desde 2009, de acordo com o Cepea. O Indicador CEPEA/ESALQ (pagamento em oito dias) ficou em R$ 3,5176/libra-peso, representando retrações de 5,16% frente a setembro e de 12,7% em relação a outubro de 2024, já considerando correção inflacionária pelo IGP-DI.
Essa desvalorização histórica reflete uma combinação de fatores. A produção nacional atinge patamar recorde, enquanto o consumo interno e as exportações seguem em ritmo desacelerado. Soma-se a isso o recuo das cotações internacionais e a queda do dólar, que reduz a competitividade da pluma brasileira no exterior.
Com esse cenário, o mercado spot operou de forma limitada. Segundo o Cepea, as negociações ocorreram pontualmente, com os agentes concentrados no cumprimento de contratos a termo. A liquidez, portanto, ficou restrita, e muitos produtores mantiveram o foco nas operações de campo para o plantio da próxima safra de grãos.
Apesar da retração nos preços, o Cepea identificou boa movimentação envolvendo algodão das safras 2024/25 e 2025/26. Essa sinalização indica que, mesmo com o ambiente de incerteza, há planejamento e disposição para fechar negócios em médio e longo prazo.
O comportamento atual do mercado também evidencia a necessidade de estratégias de comercialização mais eficientes por parte dos produtores e das tradings. A busca por oportunidades diante da baixa pode envolver alternativas como contratos futuros e parcerias logísticas para exportação.
A retomada da demanda global e uma recuperação do dólar são vistas como fatores essenciais para sustentar uma possível reversão no quadro de preços deprimidos.